quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Epicuro (341-270 a.C.)

Epicuro (341-270 a.C.)




VIDA: Em suas escavações, os arqueólogos notaram que nas casas gregas e romanas havia um grande número de estátuas com a efígie de Epicuro, às vezes até de pequenas dimensões. É verdade que os antigos gostavam de colecionar imagens dos sábios, mas este é um caso especial, porque as estátuas do filósofo de Samos estavam presentes mesmo nas casas dos homens comuns, sem interesses intelectuais. A explicação para esse fato é de grande relevância filosófica: acreditava-se que contemplar o rosto de Epicuro tivesse o poder de aquietar o espírito. Epicuro comparava a sua filosofia à medicina: queria ser o médico da alma. A escola de Epicuro devia ser muito semelhante a uma casa de cura: um simples e tranquilo jardim nos arredores de Atenas, distante do ruído da cidade e da política. Ali o filósofo acolhia a todos, sem distinção: mulheres, escravos até mesmo prostitutas em crise. Curava o corpo com os medicamentos mais adequados e, o espírito, com a força do exemplo. E, mesmo gravemente doente e sofredor, na última carta que escreveu a um amigo saudava a vida: doce, feliz e sempre digna de ser vivida.


PRINCIPAIS IDEIAS: Para Epicuro o objetivo da vida feliz é o prazer, mas, em que consiste a felicidade? É bom ter muitos desejos? Segundo este filósofo o prazer e a felicidade são certamente os critérios condutores do ser humano. O problema está em definir qual é o verdadeiro prazer e como otimizar o bem-estar pessoal, lembrando que a um prazer imediato corresponde muitas vezes uma dor futura. Segundo Epicuro a solução mais sábia está em submeter a busca da felicidade ao juízo da razão. É preciso, portanto, eliminar os medos inúteis (da morte, dos deuses, da dor), moderar as necessidades de modo que o seu gozo não se transforme no contrário e, principalmente, a tranquilidade do espírito, a serenidade.
Cálculo do prazer - Consiste na ideia de Epicuro de que é possível maximizar o bem-estar da vida por meio do cuidadoso cálculo matemático, dos sacrifícios e do prazer decorrentes de um comportamento. O cálculo não deve considerar somente as consequencias imediatas, mas também, as de longo prazo, posto que, frequentemente, satisfazer um desejo provoca uma imediata felicidade.
Necessidades - Epicuro distingue três tipos de necessidades: 1) Necessidades naturais e essenciais, a serem saciadas sempre (por exemplo, a fome, a sede, o sono). Dependem das necessidades biológicas do corpo e, se não forem satisfeitas, produzem a morte. 2) Necessidades naturais e não essenciais, a serem buscadas com moderação ou nem mesmo assim (por exemplo, comer bem ou demais, exceder-se nas práticas sexuais). 3) Necessidades não naturais e não essenciais, que nunca devem ser buscadas, pela sua natureza artificial (glória, sucesso, riqueza, riqueza, beleza).
Hedonismo - Corresponde à doutrina do Epicurismo, pela qual o prazer é o fim e o princípio de uma vida feliz, objetivo em direção ao qual todo indivíduo orienta a própria ação. No entanto, segundo Epicuro, é preciso distinguir entre prazer efêmero (felicidade, alegria) e prazer estável, definido pela negativa, como ausência de dor. Dado que somente o segundo tipo de prazer é perseguido pele sábio, o Epicurismo condena a tentativa de satisfazer indiscriminadamente todo desejo, defendendo a necessidade do racionalismo ético, ou seja, um sensato controle da razão sobre as emoções e as pulsões do espírito.

Bibliografia:
CHAUI, Marilena – Iniciação à Filosofia; Ed. Ática, 2009
LAW, Stephen – Guia Ilustrado Zahar de Filosofia; Ed. Zahar, 2008
http://filsofos-vidaeobra.blogspot.com.br/2011/02/epicuro-341-270-ac.html